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terça-feira, 20 de abril de 2010

Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético 129

NARCISISMO – segundo a Mitologia grega o belo e jovem Narciso, filho do rio CEFISO e da ninfa LIRIOPE, ao ser apresentado ao adivinho TIRÉSIAS teve seu destino revelado e nele constava que Narciso teria uma longa vida, mas desde que “não se conhecesse”.

Adolescente belíssimo tornou-se alvo das paixões de Ninfas e de Mortais, mas foi insensível ao amor. Essa recusa sistemática ocasionou-lhe diversos aborrecimentos, dentre os quais a feroz perseguição que lhe movia a ninfa ECO – que já fora serva de ÁRTEMIS (vulgarmente conhecida por Vênus) e que punida pela deusa não podia falar, apenas repetir as palavras que ouvia – e a praga que lhe foi rogada por NÊMESIS, que em certo dia de calor fê-lo ir a uma fonte se saciar. Foi nela que Narciso viu seu reflexo e apaixonado por tal beleza, enamorou-se e ao tentar abraçar a imagem caiu na água e morreu afogado. Da lenda sobrou a critica aos que vêem a si próprios como o centro de tudo e se deixam levar por meras aparências.

A Filosofia e mais particularmente a Psicologia usaram precisamente essa parte do mito de Narciso para rotular àquelas (es) que tem auto-estima exagerada. Uma fixação afetiva, um amor a si mesmo anormalmente grande, comportamento que freqüentemente leva o Narcisista a desconsiderar quaisquer interesses alheios e até mesmo a existência dos demais. Julga que toda consideração, talvez veneração, seja-lhe dirigida em virtude de sua “beleza incomum”. É uma patologia que se apresenta em graus variados, mas que dificilmente é tolerada pela maioria que não hesita em afastar o Narcisista de seu convívio. Porém, mesmo esse repúdio não incomoda o Narcisista que invariavelmente o debita a “inveja”, ao “despeito por não terem a mesma capacidade” e coisas do gênero. É uma enfermidade que dificilmente pode ser diagnosticada e tratada, até porque sempre se esbarra na relatividade dos padrões; ou seja, até que ponto a auto-estima é saudável? Quando passa a ser perniciosa? Não há um parâmetro que possa definir com facilidade esse limite.

Para FREUD e adeptos é uma fase comum e esperada da sexualidade infantil quando a criança passa a ver seu corpo como algo a ser amado, como “objeto de seu amor”, e se fixa em sua própria pessoa. No adulto, esse desvio de personalidade é chamado de “Regressão (a um estágio infantil)”. FREUD dizia que no Narcisismo a pessoa se comporta como se estivesse amorosa de si mesma.

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