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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético - 21

CINISMO – é a doutrina ou o ponto de vista e de comportamento de uma Tendência Filosófica que floresceu na época de SOCRATES, em meados do século IV a.C (444/365), criada por ANTÍSTENES, de Atenas, que fazia sua pregação no Ginásio “CINO SARGOS = Mausoléu do Cão”. A primeira parte desse nome, para alguns eruditos, é que deu o nome de “CINICOS” aos seguidores da Escola. Outro ramo de eruditos, porém, sugere que o titulo se relacionaria mais com o comportamento daqueles filósofos que se assemelhava ao dos cães, na medida em que o desprezo que dedicavam aos dogmas da Civilização, uma das bases da doutrina, era idêntico a indiferença com que os animais observam as normas humanas.
De fato, o Ideal de vida para os CINICOS consistia em viver na mais completa humildade, o que na Atenas da Época soava como uma afronta, como um insulto, um descaramento. No entanto, os adeptos da Tendência pouco se importavam com a opinião pública, e talvez para afrontá-la voluntariamente, viviam apenas com o estritamente necessário. Como os Cães, comida e água eram o que lhes bastava.
A tese central, ou fundamental, do CINISMO era a de que o único fim (ou finalidade) do Homem é ser feliz e por ser a felicidade diretamente vinculada à Virtude (talvez, no caso, à abstinência, à renúncia voluntária), a busca da mesma era primordial. Diziam que “fora da virtude, não existem Bens” e, destarte, desprezavam as comodidades, as riquezas, os luxos etc. E faziam questão de ostentar esse desprendimento de forma radical e até provocativa, pois pregavam a efêmera e tola superficialidade da Matéria e que todos deveriam viver na mesma simplicidade que os animais. É celebre, por exemplo, o diálogo entre o Cínico DIÓGENES e Alexandre Magno, que em resumo deu-se da seguinte maneira:
“quando o Imperador perguntou ao filósofo o que ele queria que Alexandre fizesse, Diógenes respondeu-lhe que gostaria que o Conquistador saísse de sua frente para que sua sombra não lhe impedisse o calor do Sol”.
Com uma frase, mostrou o completo desprezo aos bens materiais que o Rei pudesse lhe ofertar e deu ciência ao rei da fragilidade de seu poder quando comparado ao poder da Natureza (no caso, o Sol). DIOGENES é uma figura muita citada como o velho que portava uma lanterna em pleno sol de meio-dia, pois queria encontrar um homem honesto; ou, então, por se auto qualificar como um cão e viver dentro de uma barrica.
Esse ideal ascético, provavelmente como outras normas filosóficas, foi copiado do Hinduísmo e por pregar valores diferentes aos que eram (e ainda são) cultuados pela absoluta maioria, os CINICOS sofriam restrições de toda ordem e ainda hoje o termo CINICO, por corrupção vernácula e pela tradição herdada, é tido como sinônimo de hipócrita, falso, falsamente desinteressado etc.

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