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quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético - 16

BEHAVIORISMO – termo inglês cuja tradução literal é “comportamento”. Pode-se afirmar que é a tendência moderna e a contemporânea da Psicologia de reduzir a si própria e/ou o seu Objeto de Estudo (aquilo que ela está estudando) ao Comportamento (que algumas “modelos” iletradas dizem “atitude”) do SER estudado, suprimindo de suas considerações a “Consciência”, o “Espírito” ou qualquer outra coisa que não possa ser observada e descrita em termos objetivos (ou científicos, ou, aqueles que podem ser captados ou percebidos pelos Sentidos e Processados pelo Raciocínio).
É comum dar ao russo PAVLOV a autoria dessa Doutrina, pois é dele a Teoria dos “REFLEXOS CONDICIONADOS” que inaugurou as Pesquisas Psicológicas em que se dispensavam os chamados “ESTADOS SUBJETIVOS” ou as “CONDIÇÕES INTERNAS”. Em outros termos, a tese de PAVLOV propunha que o Comportamento dos SERES era ditado por condições externas, sendo menos importante o “ESTADO de ESPÍRITO (triste, alegre etc.)” do Indivíduo estudado. São razoavelmente famosos os “cães de PAVLOV”, que salivavam (por apetite despertado) ao escutarem certo som que lhes precedia a refeição. Observando que essa salivação continuava ao ouvirem o mesmo som, mas sem que lhes fosse servida a refeição, o Sábio russo concluiu e proclamou que mais imperioso que os “FATORES SUBJETIVOS (ou pessoais, ou característicos da pessoa)”, era o estimulo externo que condicionava o SER a se comportar dessa ou daquela maneira. Frases do tipo “o cão queria”, “o cão desejava”, “o cão adivinhava” foram banidas no laboratório de PAVLOV, pois, para ele: “devemos, por acaso, para compreender os novos fenômenos, penetrar no “SER interior” do animal, representar suas sensações, instintos, desejos conforme o nosso modo de ser? Não! Respondia PAVLOV que em meados de 1903 rotulava de “desesperada” (do ponto de vista cientifico) a situação da Psicologia que insistia em estudar o Indivíduo a partir de seus “estados subjetivos”, ignorando a pressão exercida sobre o Indivíduo pelas condições externas que formavam sua vida.
O BEHAVIORISMO, enunciado claramente, foi batizado por J.B.WATSON em sua obra “O Comportamento – introdução à Psicologia Comparada”, de 1914. O BEHAVIORISMO tomou, então, a forma definitiva de ser a PROPOSIÇÃO (ou a proposta, a tentativa de, ou o desejo de ...) de limitar a pesquisa psicológica às Reações observáveis ou captáveis (pelos Sentidos e/ou pelo Raciocínio) do SER estudado, diante de certas pressões ou circunstâncias. A força dessa Doutrina baseia-se no fato de que exige em seus estudos a rigorosa a metodologia cientifica, que estipula que nada se pode dizer daquilo que não se pode observar, ou captar, ou perceber. E é essa exigência (que, aliás, caracteriza a própria doutrina) que lhe confere o status de “Verdade Cientifica”, ou, pelo menos, de “Busca ou pesquisa Cientifica”.
O BEHAVIORISMO, em várias ocasiões, foi julgado de formas diferentes e conflitantes. Para alguns é a negação da “Consciência”, do “Espírito”, ou dos “Estados Internos (ie, os ‘estados de espírito’)” do Indivíduo. Porém, na verdade, vê-se que o BEHAVIORISMO é apenas a NEGAÇÃO da INTROSPECÇÃO (ie, a auto-observaçao interior) a qual, por esconder os Pensamentos Íntimos, os Instintos, os Sentimentos do SER estudado não permite que se faça a pesquisa (ou estudo) psicológica adequada. Além disso, nunca se negou que a Doutrina é declaradamente um Estudo sobre o Comportamento e não uma pesquisa sobre os Motivos que levaram a tal comportamento. Em seu inicio, essa Tendência foi associada ao MECANICISMO*, que também desenvolve a teoria de que os Estímulos Externos são os fatores que produzem esse ou aquele Comportamento, tornando-os, por isso, previsíveis. Atualmente, tanto o BEHAVIORISMO como o MECANICISMO já são considerados ultrapassados, pois novas descobertas e afirmativas nos campos da Antropologia, Sociologia e Psicologia demonstram que junto aos fatores exteriores as características individuais dão aos mesmos fatores tantas respostas diferentes quanto são os indivíduos afetados pelos mesmos fatores. Os motivos externos continuam a ser importantes, mas deixaram de ser exclusivos.

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