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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético - 30

CONVENCIONALISMO – são todas as Doutrinas que aceitam como Verdadeiras certas proposições (ou afirmações) mesmo que para validá-las não existam outros fatores que não sejam a concordância, tácita ou explicita, entre os Indivíduos que as utilizam em seus estudos e pesquisas. E as convenções estão presentes em quase todas as matérias de estudo.
Os gregos antigos já faziam uso das convenções que eles separavam das certezas embasadas em dados reais (ou físicos, verificáveis por experimentação). Tinham, então, o que “é válido por convenção” e o que é “válido por natureza”. “Válido por natureza” no sentido de que era naturalmente evidente tal coisa. Demócrito, por exemplo, dizia: o doce e o amargo, o quente e o frio etc. são tais (são aceitas como verdades) por convenção (ou por acordo entre os Indivíduos). Só os Átomos e o vácuo são tais, por serem Verdades Naturais (são naturalmente evidentes e comprováveis).
Também os Sofistas, principalmente os da última geração, utilizaram essa diferenciação, mas limitada ao campo da Política. Pode-se ver em “A República” de Platão, a personagem TRASÍMACO como um exemplo desses Sofistas que, entre outras, sustentavam a opinião de que as Leis Humanas são meras convenções entre os Homens e que visariam impedir que os mais fortes subjugassem os mais fracos. Por essas convenções queria-se impedir que a Lei da Natureza agisse livremente eliminando os indivíduos menos aptos à vida (cabe aqui o seguinte comentário: mas essa convenção humana já não teria sido implantada na Humanidade pela própria natureza que assim estaria evitando o desaparecimento de grande parte de indivíduos de uma espécie?).
Aliás, no parágrafo acima, pode-se pensar que esse tipo de raciocino teria sido uma das fontes em que Nietzsche bebeu para compor seu sistema filosófico. Claro que a negação do restante que complementa a convenção humana, como a Lei, a Moral, a Religião etc. surgiu naturalmente.
Nos séculos XVII e XVIII um dos Sistemas Filosóficos dominante foi o Contratualismo*, relativo ao “Contrato Social” que os Homens fazem para viverem em comunidade contando com a defesa mutua, mesmo que para isso abram mão de sua primitiva liberdade. Nesse modo de Pensar encontra-se a raiz do moderno Estado com suas Leis, Normas, etc. Claro que a partir daí a constatação que o Estado é uma verdadeira convenção humana tornou-se evidente e para alguns filósofos, como HEGEL, por exemplo, a forma mais evoluída que uma Alma pode alcançar.
O Empirista inglês, Hume, dizia sobre essa convenção que a mesma não é uma “Promessa Formal (vale dizer: formal, explicita, declarada), mas é um tipo de Sentimento (ou intuição) do Interesse Comum. Essa constatação, aliás, acaba confirmando a observação que acima fizemos sobre as Convenções serem embutidas nos Homens, que depois as tornam explicitas e aplicadas no cotidiano.

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