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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético - 14

ATOMISMO – a palavra átomo vem do grego e significa “indivisível”, ou seja, aquilo que não pode ser dividido. Atualmente é de uso corrente e não é raro que seja mencionada como nome de uma fonte de energia para alguns, e de perigo para outros. Claro que nos referimos às Usinas Atômicas, às Bombas Atômicas e correlatas. Desde o Ensino Médio, a teoria formulada pela dupla de filósofos pré socráticos, LEUCIPO e DEMÓCRITO, é apresentada aos estudantes e como não há o rigor desejável e que seria necessário, acaba-se se confundindo a Teoria Cientifica com o Atomismo Filosófico. Obviamente que aqui focaremos o segundo aspecto, por ser o assunto desse livro. Contudo, fica a sugestão para um aprofundamento no primeiro tópico, pois cada vez mais a Ciência se aproxima da Filosofia e compreender os pensamentos científicos ajuda em larga escala o entendimento da filosofia da questão. Sobre a Teoria Cientifica, diremos apenas que a imaginada indivisibilidade do Átomo já pereceu por conta das continuas descobertas que deram aos cientistas os saberes sobre as Sub-Partículas (Prótons, Nêutrons e Elétrons). A divisão dessas sub-particulas também é só uma questão de tempo e, depois destas, outras e mais outras até que se esgote a matéria, ou o corpo físico dos Átomos. Ai chegando, teremos a “supra matéria” ou a Metafísica. O que está “acima”, “por trás” ou “além” da matéria física, concreta (mesmo que microscópica). Ter-se-á, então, de se recorrer à Filosofia para se estudar os fundamentos, as bases, sobre as quais se formam os Fenômenos captáveis pelos nossos sentidos. Vimos que LEUCIPO, DEMÓCRITO e posteriormente EPICURO e o poeta latino LUCRÉCIO acertaram quanto à composição inicial ou primordial da matéria, mas por serem “Filósofos da Natureza” ou “Fisicistas” não conseguiram avançar além desse ponto. E essa explicação dos corpos físicos mostrou-se insuficiente para revelar outros aspectos da vida.
Enquanto vigiu a Escolastica1, na Idade Média, os aspectos mais sutis da vida, como os Sentimentos e as questões psicológicas, eram acomodados (incorretamente, diga-se) pelo ponto de vista da Religião, principalmente o Cristianismo Medieval. Com a chegada do “Renascimento”, não houve grande progresso em virtude da colocação do Raciocínio (ou Razão) como o eixo sobre o qual tudo girava. Apenas em tempos mais recentes, mormente com os avanços na área da Psicanálise é que a constituição feita pelo ajuntamento de Átomos migrou da matéria para o “Pensar”, “o Sentir”. Além do corpo começou-se a especular se também a Alma (ou Espírito, ou Consciência) seria formada pela agregação de partículas. Desses estudos resultou o chamado “Atomismo Psicológico”, que é a doutrina que defende a idéia de que o Pensamento e o Espírito são feitos de elementos psíquicos (ou mentais) separados e que se agregam em certo momento. Tal como acontece com os Átomos que se juntam formando as Moléculas, as quais unidas formam os corpos físicos. Na década de 1920, LUDWIG WITTGENSTEIN e BERTRAND RUSSEL propuseram o chamado “Atomismo Lógico”, no qual se prega a idéia de que o Significado completo das frases (ou Sentenças) deve ser procurado nas ditas “Sentenças Moleculares”. Nestas, há que se procurar seus Átomos (ou Elementos) que trazem em si o significado fundamental (o verdadeiro, o mais completo possível) que se relaciona diretamente com os elementos básicos das Coisas perceptíveis pelos Sentidos e Processadas pelo Raciocínio. Em outros termos, teremos:

01 – Frase ou Sentença
02 – Frases Moleculares, que juntas formam a Frase ou Sentença
03 – Elementos, que juntos formam as Frases Moleculares. São eles que se relacionam diretamente com As Coisas Reais, podendo por isso representá-las ou significá-las.

Exemplo: “o chão é duro”, onde:

Chão – significa exatamente uma Coisa: o solo físico, concreto.
Duro – significa exatamente uma qualidade daquela Coisa.

Logo, se tenho significados diretamente relacionados com a Coisa que significam, o estudo desses elementos básicos haverá de propiciar o entendimento correto da Sentença (ou frase).
Posteriormente a dupla de filósofos abandonou essa Teoria, provavelmente pela compreensão que a Filosofia exige mais que uma simples adição.

Escolástica – ou Patrística. Filosofia exercida pelos religiosos na Idade Média.

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